31, out — 2023
Filme ‘A Paixão Segundo G.H.’ é como saborear a conquista do impossível
- Folha de São Paulo
Luiz Fernando Carvalho e Maria Fernanda Cândido provocam o arrebatamento de Clarice Lispector usando a palavra falada
Fazer uma versão audiovisual de “A Paixão Segundo G.H.”, de Clarice Lispector, poderia bem ser um castigo destinado aos pecadores mais imundos no inferno de Dante.
Trata-se, afinal, de um dos romances mais introspectivos, menos imagéticos, da história da literatura brasileira —um mergulho sem paralelo no interior de uma mulher privilegiada, branca, rica, que descobre num espasmo, diante de uma barata morta, a pulsão de vida que é comum a ela e a tudo o que existe.
Leia Mais11, abr — 2024
‘A paixão segundo G.H.’: público ‘enfeitiçado’ com beleza do texto e ‘magnetismo’ de Maria Fernanda Cândido
- O Globo
Bonequinho aplaude de pé adaptação de Luiz Fernando Carvalho para livro de Clarice Lispector.
Se o espectador perder o chão, o fôlego, o prumo durante “A paixão segundo G.H.”, pode relaxar. Está no caminho certo traçado pela obra inspiradora de Clarice Lispector há 60 anos. Mesmo assim, convém contar com reações polarizadas. Súditos de GH, sem prancha de salva-vidas, deverão embarcar em trip quase alucinógena verbal, visual e sonora, enquanto hereges desavisados boiarão à deriva, eventualmente enfeitiçados — pela beleza do texto, pela estrutura multifacetada da narrativa e pelo magnetismo da entrega de Maria Fernanda Cândido.
Leia Mais
8, fev — 2024
In this sensorial, inventive adaptation of Clarice Lispector, a sculptor faces a tortuous existential horror
- International Film Festival Rotterdam
In Luiz Fernando Carvalho’s A paixão segundo G.H., Clarice Lispector’s highly philosophical prose finds a cinematic rendering that surpasses all expectations. G.H. is a well-off Brazilian sculptor who, one day, encounters a cockroach in her maid’s closet. Following this incident, she descends into unknown regions of her being. The breakdown – a sort of madness, but also a passion in the religious sense – strips all masks, undoes her completely, and leads her to a new experience of life. The film combines the confessional, the experimental and the psychological to achieve an existential horror with echoes of Ingmar Bergman’s Through a Glass Darkly (1961) and Roman Polanski’s Repulsion (1965).
Leia Mais2, fev — 2024
IFFR ROTTERDAM 2024: A Paixão Segundo G.H. de Luiz Fernando Carvalho
- DESISTFILM
No es la primera vez que Luiz Fernando Carvalho se enfrenta a una obra que debe ser adaptada al cine. Ya con su primer largometraje A la izquierda del padre (Lavoura arcaica, 2001), el cineasta brasileño realizó una transposición del universo del escritor Raduan Nassar, de su primera novela, conservando la intencionalidad, aspecto clave ante la libertad de las licencias en los argumentos y ante lo plausible y verosímil en el pasaje fílmico. Aunque esta vez, ante una materia narrativa sumamente distinta, el realizador toma una obra existencial de Clarice Lispector, A paixão segundo G.H., para subvertirla dentro del imaginario fílmico más problemático, la estructura de la mirada masculina, en todo caso la reminiscencia de la mirada masculina ante un sujeto/objeto fascinante, y que ha sido motivo de cientos de films a lo largo de la historia del cine: la representación de la catarsis, la angustia, el dolor e histeria de las mujeres.
Leia Mais12, abr — 2024
Epifania no quarto de empregada
- BLOG CARMATTOS
No imaginário burguês, o quarto de empregada é um território de exclusão. Ainda que parte da casa ou apartamento, esse sucedâneo da senzala é um local onde os patrões raramente entram e com ele pouco se importam. Na arquitetura, equivale ao mito de que a empregada doméstica é “parte da família”, mas uma parte à parte, que deve permanecer segregada dos demais aposentos, dos quais se separa pela cozinha e a área de serviço.
No cinema brasileiro, o quarto de empregada tem feito aparições significativas em filmes como Que Horas Ela Volta?, Doméstica, O Outro Lado da Cozinha, Recife Frio, Domingo e Casa Grande. Nunca, porém, ganhou tanto protagonismo como em A Paixão Segundo G.H., transposição do livro homônimo de Clarice Lispector para o cinema por Luiz Fernando Carvalho. Aqui o quartinho dos fundos torna-se cenário de uma epifania lúgubre para a dona da casa, que ali não entrava há anos.
Leia Mais11, abr — 2024
No coração selvagem
- BLOG IMS
A esta altura, mesmo quem não leu A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector, sabe do que se trata: a escultora G.H., uma beldade da elite carioca, entra no quartinho da empregada recém-demitida e vivencia uma epifania às avessas ao se deparar com uma barata. Mergulha no coração selvagem da vida. Mais importante do que esse escasso entrecho é o que a escritora faz dele: uma busca desesperada de transcender os limites da linguagem verbal, por meio de uma escrita que se desfaz e refaz a todo instante.
Leia Mais8, abr — 2024
“A Paixão Segundo G.H.” transforma monólogo interior de ação rarefeita em filme de grande força poética
- REVISTA DE CINEMA
O desafio que o cineasta Luiz Fernando Carvalho se impôs parecia intransponível. Afinal, como transformar as angústias e reflexões de uma mulher, sozinha num enorme apartamento e frente ao “cadáver” de uma barata, em um filme que dura mais de duas horas?
Pois o diretor carioca, de 63 anos, criador inquieto e propenso a enfrentar imensos desafios, conseguiu transformar “A Paixão Segundo G.H.”, romance que Clarice Lispector publicou em 1964, em um filme original, envolvente e de imensa força poética.
Para chegar a tão bom resultado, o cineasta contou com a cumplicidade de sua protagonista, a atriz Maria Fernanda Cândido. Dona de beleza singular, a intérprete de G.H. mostra que Carvalho acertou em cheio ao convidá-la, 22 anos atrás, para o papel. Naquela época, Maria era apenas uma mulher de beleza rara, que se firmava como atriz na telenovela “Esperança”.
Leia Mais10, abr — 2024
A paixão segundo Luiz Fernando Carvalho
- QUATRO CINCO UM
Longa baseado em romance de Clarice Lispector apreende a fala que busca dar forma ao caos da narradora de ‘A paixão segundo G.H.’
(…)
O longa de Carvalho apreende essa desorganização que leva a protagonista a não saber mais quem é e que se replica numa desorganização da fala. Daí, o livro tomar uma forma espiralada, que se inicia e termina com travessões, indicando uma continuidade antes circular do que linear, e repete, no princípio de cada capítulo, a frase final do anterior, além de retomar, a todo momento, questões já tratadas.
O filme se move também em espiral, não respeitando, por vezes, a ordem do livro — o que não é um demérito, e sim demonstra uma compreensão da estrutura narrativa que Clarice coloca em movimento. Não por acaso, a própria imagem da espiral é evocada já na abertura do filme. Na primeira vez que vemos G.H., sua figura aparece distorcida, espiralada, como se seu corpo se derretesse diante de nossas vistas, nos dando a ver a perda da “montagem humana” de que ela fala.
Leia Mais17, abr — 2024
O gosto do vivo e as vidas marrons no filme “A paixão segundo G.H.”
- REVISTA CULT
O que fazemos e pensamos quando estamos “a sós”, como expressar este mundo mental povoado de “vastas emoções e pensamentos imperfeitos”? Como as vivências se tornam jorro de palavras e falas e estas podem se tornar corpo, performance e imagens: cinema?
G.H., personagem de Clarice Lispector que toma o corpo e a voz de Maria Fernanda Cândido, é a protagonista, confinada, de um livro publicado em 1964 e agora transcriado para o cinema por Luiz Fernando Carvalho.
No livro e no filme talvez importe menos o “motivo” que detona esse “estar a sós” individual e/ou coletivo, narrado com ferocidade: a empregada que decide ir embora, o encontro visceral com uma barata, o fim de uma paixão, ou, poderíamos acrescentar: uma pandemia devastadora ou simplesmente o acaso ou a banalidade cotidiana em pessoa. O decisivo é que “isso” transborde em um acontecimento, no sentido de aquilo que quebra nossos automatismos corporais e psíquicos, e produz algo terrível demais, belo demais, angustiante demais.
Leia Mais11, abr — 2024
‘A Paixão Segundo G.H.’: diretor explica a cena no filme que não está no livro de Clarice Lispector e como dirigiu atriz
- Valor Econômico
A literatura inspira o diretor Luiz Fernando Carvalho desde o início de sua carreira. Em seus trabalhos para cinema e televisão, a escrita literária é um ponto de partida fundamental, o que se concretizou em projetos baseados nas obras de Raduan Nassar (“Lavoura Arcaica”), Machado de Assis (“Capitu”), Graciliano Ramos (“Alexandre e Outros Heróis”), Eça de Queiroz (“Os Maias”) e Milton Hatoum (“Dois Irmãos”), entre outros.
Em comum, além da origem literária, a experimentação visual e de linguagem, mas nenhum tão radical como o filme “A Paixão Segundo G.H.”, que chega agora no cinema. Criado a partir do livro de Clarice Lispector, o longa começou a ser rascunhado em 2001 e tornou-se projeto de fato quando o filho da escritora, Paulo Gurgel, pediu a Luiz Fernando que o levasse para o cinema.
Leia Mais11, abr — 2024
A Paixão Segundo G.H. constrói Clarice em cima de um século de “cinema feminino”
- OMELETE
Maria Fernanda Cândido é potência de filme que assume miopias calculadas.
Com o passar das décadas e a ampliação do culto popular à sua obra (ou pelo menos à obra que lhe atribuem nas redes sociais), Clarice Lispector se tornou uma espécie de “mulher elemental” da cultura brasileira. Não que suas narrativas difíceis e interiorizadas caibam confortavelmente nessa posição – e onde foi que Clarice coube confortavelmente, em toda a sua vida e seu legado? Há de se questionar, como se questiona, o quanto a experiência da filha de imigrantes ucranianos, branca, que passou a maior parte da vida em condições econômicas confortáveis, representa a feminilidade de um país perpassado por desigualdades e diversidades tão profundamente definidoras da nossa identidade.
Leia Mais29, mar — 2024
‘A Paixão Segundo G.H.’ é um deleite poético com Maria Fernanda Cândido
- Veja São Paulo
Atriz principal está estupenda no papel da mulher branca e privilegiada que passa por uma epifania, criada por Clarice Lispector.
Um clássico da literatura transformado em filme. Com estreia marcada para 11 de abril, A Paixão Segundo G.H. é pura poesia. A obra de Clarice Lispector ganhou sua versão audiovisual pelas mãos do diretor Luiz Fernando Carvalho, que já havia realizado o mesmo feito, com Lavoura Arcaica (2001). O roteiro é assinado por ele em parceria com Melina Dalboni.
Leia Mais12, abr — 2024
Maria Fernanda Cândido dá vida às crises de ‘A Paixão Segundo G.H.’
- Folha de São Paulo
O filme “A Paixão Segundo G.H.” é melhor que o romance no qual se baseia. É com imagens límpidas que o diretor Luiz Fernando Carvalho dá materialidade às opacas abstrações de Clarice Lispector.
O diretor é fiel à prosa turva e maçante da escritora. Tampouco barateia a trama, inventando falas ou personagens. O que o filme faz é acentuar cenas e temas para que se tornem os nervos da trama.
A “Paixão” do título não diz respeito ao amor romântico exacerbado. Refere-se aos Evangelhos, à via-crúcis do Nazareno, à sua morte inevitável para redimir os pecados da humanidade.
Leia Mais21, abr — 2024
A paixão segundo G. H.
- LOS EXPERIMENTOS BLOG DE CINE
A paixão segundo G. H. (Brasil, 2023) está en la competencia internacional del BAFICI. El segundo largometraje de Luiz Fernando Carvalho se estrenó en el Festival de Río de Janeiro y estuvo en los de São Paulo y Rotterdam también. Su lejana ópera prima, Lavoura arcaica (A la izquierda del padre, Brasil, 2001), recibió una mención especial del jurado en el festival de Buenos Aires en 2002 y ganó, además, el premio del público.
Lavoura arcaica hizo de Carvalho una figura legendaria del cine brasileño. Dedicado a la televisión desde los años ochenta, cuando la producción de películas se reducía en su país, se había destacado como director de la primera parte de O rei do gado (El rey del ganado, 1997-1998), telenovela de temática social agraria de Rede Globo. Después de ese éxito decidió regresar al cine en el marco del resurgimiento o retomada de la producción nacional con la ley de estímulos fiscales de 1993. Con ella se resolvió la crisis que creó el cierre de la empresa estatal Embrafilme por el gobierno de Fernando Collor de Mello en 1990.
Leia Mais22, abr — 2024
Cine: Bafici – A Paixão Segundo G.H.
- EL ESPECTADOR COMPULSIVO
“Allí donde el filósofo pierde el aliento, ella [Lispector] continúa, más lejos todavía, más allá de todo saber.» Hélène Cixous
“Toda pasión es una ceremonia de despedida y, al mismo tiempo, un renacimiento”. » Luiz Fernando Carvalho
Llevar la novela de Clarice Lispector al cine o al teatro no es sencillo y, sin embargo, es una de las autoras más visitadas por realizadores de ambas disciplinas [i]. La dificultad nace de que, más allá de la crisis existencial de la protagonista, lo que acontece son puras cavilaciones; pura filosofía, si se quiere. Mucho texto que necesariamente -pero no únicamente- hay que traspasar a la pantalla o el escenario en un despliegue verbal que podría ir contra la esencia misma del cine o el teatro. Podría, pero no en las manos de Carvalho, quien ha convertido la novela en una pieza maravillosamente cinematográfica. Una joya, si uno logra traspasar esa primera extrañeza que provoca un relato de aspect ratio de 1,33:1, con absolutos primeros planos y una espesura de palabra -y, a veces también de imagen- que es necesario atravesar.
Leia Mais6, fev — 2024
A metamorfose de uma existência
- VERTENTES DO CINEMA
Durante o Festival do Rio 2023
Quando a escritora ucraniana, naturalizada brasileira, Clarice Lispector lançou sua obra “A Paixão Segundo G.H.” em 1964, ela não imaginaria que sua história fosse transposta ao cinema de forma tão poética e etérea pelo cineasta Luiz Fernando Carvalho, o mais metódico, mais estético e que mais transcende a própria imagem. E tampouco que sua personagem principal fosse “possuída”, literalmente, pela atriz Maria Fernanda Cândido. Sim. E ainda há quem diga que seus livros são fáceis de traduzir. Não, não são, pelo contrário, visto a quantidade de camadas existencialistas, que flertam explicitamente com o absurdo possível, com a realidade desmembrada nas ideias-pensamentos surreais e críveis (ao mesmo tempo), com a fantasia que evoca a metáfora da vida e seus símbolos pululantes de nossas sinapses mentais. Toda essa complexidade está na versão cinematográfica de “A Paixão Segundo G.H.”, que ganha a forma quase ipsis litteris, pela literalidade de suas palavras, de suas ações e de suas “viagens” a um psicológico-psicodélico.
Leia Mais11, abr — 2024
CRÍTICA | A PAIXÃO SEGUNDO G.H.
- NERDEZA
“A Paixão Segundo G.H.”: É uma jornada profunda no labirinto da existência de Clarice Lispector, o mais novo filme do diretor Luiz Fernando Carvalho é uma adaptação cinematográfica fascinante do renomado romance homônimo de Clarice Lispector, trazendo à tela a mente fragmentada e os devaneios existenciais da protagonista de maneira sinestésica e desafiadora. Luiz Fernando Carvalho além de diretor é roteirista e produtor do filme, e ele consegue fazer com que o filme mergulhe nas profundezas da subjetividade de G.H., uma escultora que é interpretada por Maria Fernanda Cândido, cuja vida é transformada após um encontro perturbador em sua própria casa.
Leia Mais24, abr — 2024
2024: O ano em que G.H. virou um palimpsesto
- LETRAS IN.VERSO E RE.VERSO
Texto, interpretação e imagem. Clarice Lispector esteve sempre fugindo da mensagem óbvia. O que escreveu e o porquê escreveu se tornou embrião dos seus significados — significados estes que são procurados nas suas ficções, crônicas, entrevistas, adaptações teatrais e cinematográficas. Do seu emblemático romance de estreia Perto do coração selvagem (1943) que lhe rendeu comparações a Virginia Woolf à reconhecida novela A hora da estrela (1977) reacendendo um debate antigo sobre a distância intelectual do escritor e os ditos problemas sociais, a escritora colocou no signo da língua a possibilidade da palavra de ser entendida de diferentes formas, em todo momento que sua obra e sua figura eram/ são utilizadas por outrem.
Leia Mais30, abr — 2024
A Paixão Segundo G.H., a Crítica | Uma extraordinária viagem cinematográfica ao universo de Clarice Lispector
- MAGAZINE HD
“A Paixão Segundo G.H.”, estreou timidamente nas salas pelas mãos da Nitrato Filmes, mas não podem perdê-lo pois é um dos melhores filmes brasileiros dos últimos anos, que conjuga o cinema, em particular de Luiz Fernando Carvalho, com um dos maiores nomes da literatura brasileira do século XX: Clarice Lispector.
“A paixão segundo G.H.”, de Luiz Fernando Carvalho é um filme baseado no livro homónimo de Clarice Lispector, que já de si é uma obra bastante complexa e que tem sido pouco considerada para fazer uma possível adaptação ao cinema. De facto, Luiz Fernando Carvalho — seguindo de certo modo os preceitos e lirismo do seu filme anterior “Lavoura Arcaica” (2001), baseado na obra de Raduan Nassar —, realiza uma missão quase impossível, proporcionando-nos com um impecável virtuosismo técnico e uma sensação quase visceral, uma alucinante viagem pela imagem, pelo som e sobretudo pelas poderosas palavras de Clarice Lispector.
Leia Mais14, abr — 2024
Maria Fernanda Cândido se desconstrói para viver ‘A Paixão Segundo G.H.’
- UOL
O que sobra quando deixamos todas as máscaras? A essência. É justamente a essência humana e sua própria desconstrução que Maria Fernanda Cândido busca em “A Paixão Segundo G.H.”, novo filme de Luiz Fernando Carvalho que chega aos cinemas brasileiros depois de um longo período de gestação.
O filme parte do romance homônimo de Clarice Lispector e foi fielmente transposto para o cinema, tendo a escrita de Clarice como roteiro primordial. Cada letra, cada palavra que Maria Fernanda diz vem da escrita e do universo interior criado pela autora para sua personagem.
Leia Mais15, jun — 2024
A Paixão Segundo G.H. (Luiz Fernando Carvalho). Filmadrid 2024
- CAIMAN - CUADERNOS DE CINE
Una escultora de semblantes grecos encerrada en su piso en Río de Janeiro afronta a ‘esa mujer’, a sí misma, con una violenta crítica al género humano en un monólogo, del libro a la película homónima, A Paixão Segundo G.H. (Luiz Fernando Carvalho). Clarice Lispector (1920-1977) publicó el romance en 1964 y Brasil conocía una dictadura militar. Diez años después nacía Maria Fernanda Cândido. Similitudes de la actriz con la escritora: rostros con proporciones similares, pómulos acentuados, los ojos claros y almendrados; fueron madres de dos niños con las mismas edades; y en el tiempo de escritura y el de rodaje tenían las dos 44 años.
Leia Mais10, abr — 2024
“A Paixão Segundo G.H.” traz o peso esmagador da despersonalização
- REVISTA O GRITO
Filme adapta com classe a força da linguagem no romance de Lispector
Não é preciso desenvolver muito para dizer que a escrita de Clarice Lispector é uma das mais marcantes da literatura brasileira. A obra da escritora pernambucana é uma das mais densas da produção nacional contemporânea, tão subjetiva que esbarra, às vezes, no incompreendido. A torrente de pensamentos que Clarice escreve – principalmente em A Paixão Segundo G.H. – torna a adaptação um desafio, embora o longa-metragem homônimo mostre que não é impossível.
Leia Mais12, abr — 2024
A paixão pelo paradoxo
- JORNAL GGN
O trabalho de transposição linguística nunca é uma tarefa banal. Principalmente quando falamos de Clarice Lispector, cujas narrativas colocam em cena, em maior ou menor grau, a impossibilidade de a palavra exprimir o que se almeja. Luiz Fernando Carvalho aceitou o desafio e o realizou com sua habitual competência, tomando para si a difícil missão de levar à tela uma narração cuja maior linha de força é o malogro da expressão em face da complexidade da existência. É a própria narradora-protagonista, a certa altura do livro, que o diz: “O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de minha linguagem. Só quando falha a construção, é que obtenho o que ela não conseguiu” (LISPECTOR, 2009, p. 176)
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