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Teaser

Sinopse

O filme para televisão, exibido como especial de fim de ano, foi adaptado dos contos O Olho Torto de Alexandre e A Morte de Alexandre, de Graciliano Ramos, como uma homenagem aos 60 anos de morte do escritor alagoano.  Alexandre não tem muito. É um típico contador de causos do sertão. Já senhor, vive com Cesária, o grande amor de sua infância, e a afilhada Das Dores.

Seu dom é encantar  os amigos que sempre o visitam todas as noites, como o curandeiro Gaudêncio, o cantor de emboladas Mestre Libório e o cego Firmino. Alexandre, mergulha na fantasia para dar conta da realidade, e narra histórias cheias de feitos épicos – entre elas, a de como ficou com o olho torto depois de cavalgar uma onça quando criança. É Cesária, que o conhece desde menino, quem confirma todas as estórias.

Ao ouvir a história da onça, Firmino, certo de que há uma boa dose de exagero, solta uma gargalhada, que deixa Alexandre ofendido. Um pedido de desculpas acalma a situação, Alexandre continua sua história, mas Firmino segue incrédulo e mais adiante volta a questionar o amigo, que, nervoso, passa mal. Após uma confusão para tentar contornar o pandemônio, os amigos vão embora e retornam à casa com a notícia da morte de Alexandre, que, em meio às lamúrias, “ressuscita” e está pronto para contar a viagem que fez ao “lado de lá.”

Visão do diretor

Por Luiz Fernando Carvalho (2013)

Quando você conhece e convive com escritores — digo na minha vida particular — e ali, na imensa maioria dos papos sobre predileção literária, um único nome é repetido por gente muito diferente, é coisa para se levar a sério. Mesmo que você não se interesse tanto por literatura, pouco importa, quando um dia se deparar com um Graciliano entre as mãos e tiver a coragem de arregaçar em qualquer página e largar os olhos, duvido muito que a leitura não te arraste fácil para as páginas seguintes. Isso é comum na história da literatura.

Sempre houve aqueles que eram os faróis da turma, que atravessaram gerações e gerações espalhando luzes. Pergunte ao Paul Auster quem ele lia direto. Pergunte a Ian McEwan. Ou passe os olhos nos diários de Borges, você vai encontrar a mesma resposta: William Faulkner! Num certo sentido, Graciliano Ramos é nosso Faulkner, nossa luz, não na mesma linguagem ou estilo, que nisto são diametralmente opostos, mas no manejo com os vocábulos, na precisão simétrica.

Era como ele próprio dizia: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”.

A cada dia de gravação de Alexandre e Outros Heróis meu esforço e dedicação soavam mais e mais inúteis quando me lembrava destas palavras do escritor. Que conjunto de imagens seria este, capaz de articular uma narrativa que representasse o rigor de uma forma que se equivalesse à verticalidade de seu conteúdo moral, sem que com isso se perdesse o gesto cômico tão presente no enredo? Poucas imagens se sustentam — eu pensava. Mas, afinal, que entrelinha moral era essa que eu tateava? No meu modo de ver, a fábula de Alexandre não se interessa apenas pelo bem e pelo mal como as fábulas europeias do século IX. Nas entrelinhas de Alexandre há a simpatia cordial pelos fracos e injustiçados. Seu sentimentalismo mal dissimulado é o protesto de um coração sensível contra o materialismo implacável deste mundo.

 

Talvez por isso, muito se diz que as histórias de Alexandre são quixotescas. Entendo aonde querem chegar, mas, apesar de entrever aí um imenso grau de elogio, não concordo. Dom Quixote estava sempre escolhendo entre o bem e o mal, mas fazia essas escolhas em seu estado de sonho, e só entrava na realidade quando estava tão ocupado tentando lidar com as pessoas que não tinha tempo para distinguir entre o bem e o mal. Ao seu modo, comprometido com a realidade que o cerca, Alexandre cria pela imaginação um mundo que o compensa de sua penúria. Ele fustiga a realidade e a enfrenta, investigando-a com seu olho transpassado. Não um olho de inventar maravilhas, mas o olho torto, de ver claro a moral das coisas. Ora, como nós só existimos em vida e na vida, precisamos dedicar nosso tempo a estarmos vivos. Por sua vez, vida é movimento, e o movimento está ligado àquilo que faz com que a humanidade se mova: amor, poder, ambição, prazer etc. O tempo que um homem, nos dias de hoje, terá para dedicar-se às questões de relevância moral, ah!, ele o terá que arrancar à força do movimento do qual faz parte para que aí então possa continuar a viver consigo mesmo no dia seguinte.

Em Alexandre, este anseio moral se expressa através de sua imaginação que é em si a marca de sua audácia: a necessidade de sonhar e de compartilhar este sonho. Portanto, sua utopia vai além, mais justa e lúdica consigo mesmo e também para com seu bloco de sujos, sua audiência de excluídos: um cantador de emboladas, um cigano sertanejo, uma benzedeira, um cego. Excluídos do mundo da produção e do trabalho, parecem adquirir, assim, com o estigma da marginalidade, uma aura sagrada.

As histórias de Alexandre, se não são originais e se pertencem ao folclore do Nordeste, obedecem a um sentido definido. Este homem que fala a ouvintes obscuros mantém, por meio da imaginação, a capacidade de evocar, sob uma forma mítica, a existência de um mundo melhor do qual todos deveriam compartir. Sua substância como personagem não é a de um vulgar contador de vantagens. Alexandre representa a memória de um Imaginário. E, assim como nós, caminhando sobre o real dos dias, Alexandre terá sempre que fazer a tal escolha entre o bem e o mal. Sua consciência moral (como a nossa) parece ser a maldição que tem de aceitar dos deuses a fim de obter deles o direito de sonhar. Mas a consciência de Alexandre é o seu bem maior. E então, de sonho em sonho, sua natureza o coloca lúcido diante do todo, com a consciência de que foi criado e que não está vagando cegamente pelo paraíso.

Processo Criativo

Sketchbooks do diretor

Prêmios

Emmy International

Melhor Telefilme/Minissérie  (finalista)

DVD

DVD de Alexandre e Outros Heróis

Livros

Fortuna Crítica

20, dez — 2013

Alexandre e Outros Heróis: Uma pequena obra-prima na Globo

  • Patricia Kogut
  • O Globo

Uma produção abertamente popular e ao mesmo tempo elegante e requintada, com ambição artística e dona de um universo estético próprio, original.”

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19, dez — 2013

Direção seca faz a qualidade técnica de Alexandre e Outros Heróis

  • Raphael Scire
  • Notícias da TV - UOL

“A ousadia – e o mérito – de Carvalho reside no fato de ele sempre trazer textos de grandes nomes da literatura nacional para a televisão, embalados por uma belíssima qualidade estética e visual.”

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19, dez — 2013

Ney Latorraca volta à cena com toda a verve em homenagem a Graciliano Ramos

  • Renato Kramer
  • Folha de S.Paulo

“Alexandre, vivido com muito brilho por Ney Latorraca.”

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Imprensa

Principais notícias

10, dez — 2013

Trama de Alexandre e Outros Heróis mostra lado cômico de Graciliano Ramos

  • Gislaine Gutierre
  • Folha de S.Paulo

“Segundo o diretor Luiz Fernando Carvalho, o que se vê nessa narrativa literária é uma verve encantadora, leve, sutil, lírica e ao mesmo tempo cômica.”

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14, dez — 2013

A consciência dos sonhos

  • Luiz Fernando Carvalho
  • O Globo

“Graciliano Ramos é nosso Faulkner, nossa luz, não na mesma linguagem ou estilo, que nisto são diametralmente opostos, mas no manejo com os vocábulos, na precisão simétrica.”

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14, out — 2014

Finalista do Emmy Internacional, Alexandre e Outros Heróis pode ter mais episódios

  • Nilton Carauta
  • O Globo

Ney Latorraca: “Estou torcendo para que o projeto emplaque. Luiz Fernando representa prestígio e prestígio você não compra no mercado. Fiquei apaixonado por esse trabalho, sem contar a honra de fazer Graciliano Ramos.

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25, dez — 2013

Luiz Fernando Carvalho lembra que há lugar para Graciliano Ramos na TV

  • Mauricio Stycer
  • UOL

“Além da qualidade que Carvalho imprime a todos os seus trabalhos, este programa expõe um lado menos valorizado da obra de Graciliano, o seu olhar carinhoso e bem humorado sobre alguns tipos populares. “

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13, dez — 2013

A televisão brasileira dá claros sinais de esgotamento de seu modelo

  • Sonia Racy
  • O Estado de S.Paulo

Precisamos pensar em uma televisão do futuro. Esta já passou. Estamos reproduzindo um modelo de cinquenta anos atrás.”

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16, dez — 2013

Ney Latorraca é destaque em Alexandre e Outros Heróis

  • Roberta Pennafort
  • O Estado de S.Paulo

“Faz 70 anos em 2014, 50 de carreira, é a figura central de dois projetos, um na TV e outro no teatro, que têm lhe renovado o prazer de viver e de atuar.”

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15, dez — 2013

Improviso e processos rudimentares dão cara a cenário de Alexandre e Outros Heróis

  • João Fernando
  • O Estado de S.Paulo

Raimundo Rodriguez: “Minha verve é aproveitar o que tem. Se não tiver tinta, uso barro. Compramos todo o estoque de chá preto da cidade para envelhecer as paredes. Faço sempre um processo natural. Fiquei horas passando a mão com cera de chão na parede.”

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Créditos

Alexandre e Outros Heróis a partir dos contos O Olho Torto de Alexandre e A Morte de Alexandre, de Gracilianos Ramos. Com Ney Latorraca, Marcelo Serrado, Marcélia Cartaxo, Flávio Bauraqui, Flávio Rocha, Luci Pereira e Hugo Freire. Roteiro Luís Alberto de Abreu e Luiz Fernando Carvalho. Pesquisa Carla Madeira. Direção de Arte Raimundo Rodriguez. Produção de Arte Marco Cortez. Figurino Luciana Buarque. Produção de Elenco Marcia Andrade. Direção de Fotografia Miqueias Lino. Caracterização Rubens Libório. Assistentes de Direção Lara Carmo e Antônio Karnewale. Música Tim Rescala. Edição Marcio Hashimoto e Iury Pinto. Direção de Produção e Produção Executiva Maristela Velloso. Câmera Leandro Pagliaro e Daniel Primo. Preparação de Elenco Tiche Vianna. Preparação de Corpo Lucia Cordeiro. Preparação Vocal Agnes Moço. Direção geral e artística Luiz Fernando Carvalho.