O curta-metragem A Espera foi rodado em apenas oito dias no restaurante Assyrius, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sempre pela noite e madrugada adentro. O argumento foi escrito por Luiz Fernando Carvalho após a leitura do livro Fragmentos de um Discurso Amoroso, de Roland Barthes – especialmente sobre o capítulo referente à Espera. O diretor, aos 22 anos, escreveu o argumento durante uma única madrugada. Desenvolveu o roteiro com Maurício Farias, com o qual dividiu a direção do curta.
O elenco aceitou participar do filme sem receber cachê por conta do orçamento do projeto. “Fiz esse trabalho porque ele me fascinou”, contou, na época, Marieta Severo. Luiz Fernando Carvalho, embora estreante na direção e roteiro de cinema, já tinha uma carreira em ascensão na televisão, tendo sido diretor-assistente em minisséries como Grande Sertão, Veredas, da obra de Guimarães Rosa e direção geral de Walter Avancini, e O Tempo e o Vento, do romance de Érico Verissimo e direção geral de Paulo José.
O roteiro ganhou o prêmio de fomento aos Curta-Metragens da Embrafilme. O curta-metragem de 18 minutos teve enorme repercussão. Recebeu o prêmio de Melhor Curta-Metragem, Melhor Fotografia e Melhor Atriz no Festival de Gramado; Concha d’Oro, no Festival de San Sebastián e Grande Prêmio do Júri, no Festival de Ste-Therèse, no Canadá.
A Espera ganhou exibição nos cinemas comerciais juntamente com outros três ícones de curta-metragem dos anos 80, fundando a mostra Banco Nacional de Curta Metragens, que circulou por todo o país com grande sucesso de público e crítica. Os outros curtas foram: Ma Che Bambina, de Cecílio Neto; O dia que Dorival Encarou a Guarda, de Zé Pedro Goulart e Jorge Furtado e Amor que fica, de Alain Fresnot.